2. Técnicas de modelamento numérico
Solução de problemas de N-corpos
Descrição do algorítmo de
Barnes-Hut: TREECODE
O algoritmo de Barnes-Hut usa estratégia de subdividir
recursivamente o espaço do problema para facilitar o cálculo
das distâncias entre partículas (Barnes & Hut 1986).
Algoritmo em duas partes:
-
criação da árvore;
-
varredura da árvore para calcular distâncias
entre partículas.
Criação da árvore
Primeiro passo: definir a extensão espacial do
problema. Define-se um cubo que envolva todas as partículas. O tamanho
dos lados é dado pela maior separação entre partículas
em qualquer das dimensões espaciais.
Por exemplo, em duas dimensões, o espaço inicial
do problema seria um quadrado cujo lado seria dado pela maior separação
entre partículas nas direções X ou Y. Na figura ao
lado a maior separação é entre as partículas
2 e 8.
Segundo passo: dividir o espaço recursivamente
em cada dimensão. Em três dimensões o cubo inicial
é subdividido em 8 sub-cubos iguais. O processo é repetido
até que reste apênas uma ou nenhuma partícula em cada
célula. Em cada caso e em cada estágio da subdivisão,
os centros de massa da distribuição interna à célula
são calculados e armazenados.
Um diagrama de fluxo para o problema bidimensional simples
mostrado anteriormente é apresentado a seguir:
À medida que o processo de subdivisões avança,
os resultados de cada estágio são organizados em uma estrutura
de árvore, similar à da figura. Cada nodo contém parâmetros
associados com o arranjo de prtículas na célula: coordenadas
dos centros de massa e massa total. A importância do método
está na eficiência no cálculo das distâncias
entre partículas, ideal para problemas que envolvem forças
que dependem da distância.
Varrendo a árvore
Maximizar a eficiência: se um grupo de partículas
está suficientemente distante de uma partícula individual,
o cálculo da força exercida na partícula pelo grupo
pode ser feito tratando o grupo como uma partícula única,
posicionada no centro de massa do grupo.
Assim, para cada partícula, a árvore é
percorrida a partir do nodo raiz (o que contêm todas as partículas).
Usa-se o critério:
onde s é o tamanho da célula, d
a distância da partícula ao centro de massa da célula
e
um parâmetro
de tolerância ajustável. Se o critério for satisfeito,
o cálculo da força é feito tomando-se uma expansão
de baixa ordem do potencial do grupo de partículas da célula
con relação ao seu centro de massa. Do contrário
deve-se "descer" um nível a mais na árvore e testar o critério
para sub-células até o caso extremo de interacão partícula-partícula.
Para o cálculo da força sobre uma partícula, toda
a árvore deve ser varrida.
O a expressão do potencial gravitacional na posição
da partícula i é
Depois que a força sobre cada partíicula
for calculada, as partículas podem ser movidas. Depois do movimento
a árvore deve ser reconstruída e o processo se repete no
próximo time-step.
Os tempos de CPU gastos em ambas as fases, de construção
e de varredura da árvore, serão proporcionais a N log N.
Animações do algoritmo de Barnes-Hut
Abaixo é mostrada uma projeção bidimensional
de um problema tridimensional de 64 partículas. A animação
mostra a evolução temporal da árvore.

Representação tridimensional do problema
acima. A animação mostra a evolução temporal
da árvore.

SPH
-
O meio interestelar é tratado como um fluido suavizado
obedecendo a equação de Navier-Stokes para um gás
compressível.
-
A evolução do gás interestelar é
modelada usando a técnica SPH (Smoothed
Particle Hydrodynamics, Lucy 1977,
Gingold & Monaghan 1977)
de forma completamente compatível com
a estrutura em árvore do TREECODE.
-
O campo de densidades do gás
é representado por partículas. Cada partícula carrega
informações que descrevem as propriedades termodinâmicas
e hidrodinâmicas locais do fluido.
-
Essas propriedades são atualizadas
usando as leis hidrodinâmicas de conservação, incluindo-se
uma viscosidade artificial para capturar choques e fontes de geração
de entropia para contabilizar o aquecimento/resfriamento.
-
Por interpolação se pode
estimar as propriedades do fluido em qualquer ponto do espaço a
partir das partículas vizinhas (por meio de um KERNEL)
-
Neste trabalho foi usada a implementação de
Hernquist
(1987) do TREECODE e de Hernquist
& Katz (1989) do TREESPH.
Galáxias
-
Modelo autoconsistente de Kuijken
& Dubinski (1995) -- Disco+Bojo+Halo
-
As Funções de Distribuição
(DF)
do bojo e do halo são funções somente de E
e LZ:
-
DF do Bojo = modelo de King
(1962).
-
DF do Halo = modelo de Kuijken
& Dubinski (1994) -- truncagem em energia
finita dos modelos de Evans (1993)
para potencial logarítmico achatado. O halo pode ser achatado e
pode ser conferida rotação.
-
A DF do disco é função
de E,
LZ
(disco exponencial) e de uma "terceira integral", EZ,
a energia nas oscilações verticais, que é aproximadamente
conservada em discos quentes com extensão vertical.
-
Modelos com extensão finita
-- bons para modelos de N-corpos.
Aglomerados
-
São modelados por um polítropo
de Plummer -- polítropo de índice 5.
-
Perfil similar ao clássico de
King.
-
Massas idênticas para todas as
partículas.
Condições iniciais
-
Em sistemas com simetria esférica
(encontros de aglomerados) a dinâmica é determinada pelas
massas, excentricidade da órbita e distância de pericentro.
A inclinação da órbita é arbitrária
e pode ser ajustada mudando-se a posição do observador.
-
Encontros de sistemas axissimétricos
(galáxias discoidais) envolvem o estudo de órbitas que são
verdadeiramente tridimensionais ==> as inclinações dos discos
em relação ao plano da órbita fazem muita diferença.
-
Sistemas de coordenadas:
-
Sistema padrão: definido pelo
plano do céu; origem no centro de massa; eixos X e Y contidos no
plano do céu; eixo Z+ aponta para o observador. Nesse sistema as
galáxias são posicionadas pelos seus ângulos de posição
PA
(medido a partir de X) e inclinação i.
PA
e i
devem
ser tais que o spin do disco fique correto.
-
Sistema de coordenadas próprio
do disco: disco no plano XY, spin na direção Z+ ==> rotação
anti-horária.
-
Sistema de coordenadas da órbita:
origem no centro de massa; plano da órbita é o plano XY,
"spin da órbita" na direção Z+
-
Programas adicionais: conversão
de dados, transformações de coordenadas, preparação
de condições iniciais, visualização, queorbita.
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