3. O Sistema NGC 6845
Imagem na banda R (T. Exp: 720 segundos)
Distância: 85Mpc (Ho=75km/s/Mpc) ==>
412pc por 1"
Distância projetada A-B: ~34kpc
Observações
==> Imagens CCD -- bandas B, V, R, I (Johnson) -- CASLEO
(Telescópio 2,15m, CCD Tektronix 1024x1024, Redutor focal) -- Setembro
de 1997
Escala: 0.81" por pixel.
==> Espectroscopia de fenda longa: Julho de 1994 e Setembro
de 1997 -- CASLEO (Espectrógrafo REOSC); Dezembro de 1997 -- Bosque
Alegre (Telescópio 1.52m, Espectrógrafo Multifunção)
Posições das fendas
==> Observações em rádio -- Junho
de 1996, VLA (27 antenas, D-array = baseline 1km).
Objeto muito
ao sul -- resolução baixa, feixe alongado N-S: 112" x 37".
Tempo de exposição
curto: 1.5horas -- resolução em velocidades: 43km/s, coberto
todo o intervalo de velocidades radiais das 4 galáxias.
Morfologia e fotometria óptica
-
Abundantes sinais de interação. Graham
& Rubin (1973) e Rose & Graham (1979):
conexão da cauda de maré com C e D.
-
Fotometria integrada das galáxias: mai compativel
com Rose & Graham (1979) do que com o
RC3.
-
Cores: mapa B-I mostra ponte azul.
-
Classificação RC3: SB(s)b --- distribuição
de cores da barra não é uniforme, mais vermelha para SO ==>
mais poeira desse lado
-
Barra deslocada de 300 anti-horáro
com respeito ao eixo maior do disco.
Brilhos e cores das regiões HII

Velocidades radiais medidas
pela linha H-alfa (H-beta e [OIII]5007, quando presentes)
-
Foram medidos os brilhos e as cores dos nódulos numerados
acima.
-
Todos apresentam espectros de regiões HII.
-
Brilhos e cores comparados com modelos de síntese
evolutiva de Bertelli (1994), atualizados
por Leo Girardi. O modelo escolhido tem metalicidade
solar e IMF de Salpeter:
-
Idades dos aglomerados ionizantes: 6.5 Myr (exceto #6 ==
8Myr e #8 == ~5Myr)
-
Massas calculadas a partir das magnitudes V para uma distância
de 85Mpc: todos <= 5 X 105
Msol
-
Luminosidades H-alfa:
-
regiões 1, 2 e 3: comparáveis a NGC 3603, a
região HII mais brilhante da Galáxia (1.1 X 1039
erg/s, Melnick 1989)
-
regiões 4 e 5: na ponta da ponte, comparáveis
a 30 Doradus (6.3 X 1039
erg/s, Kennicutt et al 1989)
-
regiões 7 e 8: nos extremos da barra, comparáveis
à região Jumbo de NGC 3310 (1.4 X 1040
erg/s, Pastoriza et al 1993)
-
Sistema luminoso no IR: LIR=7.9
X 1010 Lsol == comum
com interagentes
Distribuição de HI
Contornos de isodensidade de HI sobre imagem R.
-
Duas componentes de velocidades de HI ==> A e B. Nenhum HI
associado a C ou D.
-
A: MHI
= 1.15 X 1010 Msol
-
B: MHI
= 2.58 X 109 Msol
-
A+B: MHI
= 1.41 X 1010 Msol
==> ~5 vezes a massa de HI da Via Láctea.
Cinemática

Curva de rotação de
A:
-
Lados SO e NE diferentes para r > 6
kpc. Comparando com simulações de Barton
et al 1999 ==> efeito da interação.
-
Ajuste a modelo de Satoh ==> Disco
dominante. Bojo pequeno. Halo?? -- Condizente com classificação
do RC3: SB(s)b
-
Massa: 4.4 X 1011
Msol
-
Massa e magnitude V comparável
à de Andrômeda ==> M/L similares. Mas o tamanho de Andrômeda
é o dobro. ==> A amplitude da curva de rotação é
muito grande.
A ponte de maré:
-
Regiões 4 e 5 seguem padrão
de velocidades das 1, 2 e 3 ==> pertencem à ponte.
Campo de velocidades do HI em NGC 6845
A
Mapa de velocidades de HI da componente associada à
galáxia A
-
Massa cinemática 1.4 X 1012
Msol -- cinemática do halo de matéria escura pode ser seguida
a raios maiores do que o da curva de rotação óptica.
Massa cinemática do grupo
-
Dadas as posições, velocidades
radiais e luminosidades dos membros do grupo pode-se derivar a relação
M/L do grupo (teorema do virial)
-
Dependendo da correção
que se adote para a absorção interna (aquela devida à
inclinação da galáxia) obtivemos os seguintes valores:
-
M/L = 43
(Msol/Lsol) -- Rubin et al (1982)
-
M/L = 66
(Msol/Lsol) -- RC3
-
Maior fonte de variação:
inclinação da galáxia C -- aplicada correção
de Holmberg (1958).
-
Rose & Graham (1979)
-- M/L entre 28 e 49
-
Ambos valores de M/L levam a valores
similares de massa: ~1 X 1013
Msol
-
Massa luminosa do sistema (escalando
as massas das galáxias pelas luminosidades em relação
à massa e à luminosidade da galáxia A) ==> 1.6
X 1012
Msol ==> indicando
massa de matéria escura 5 vezes maior
que a masa luminosa
Cenários para a colisão
-
Ponte e cauda de maré bem desenvolvida
==> encontro progrado
-
Braços gerados por maré
==> trailing
-
A partir dos dois pontos acima e do
mapa de velocidades vemos que
-
disco de A gira no sentido anti-horário
-
o lado mais próximo de nós
é o lado da ponte (SE)
-
Posições e velocidades
relativas de A e B ==> qualquer geometria simples indicaria movimento retrógrado.
-
Galáxia C em posição
mais favorável
Simulação A x C:
-
TREESPH
-
< 0.7
-
expansão do potencial até
quadrupolo
-
softening variável (baseado
na separação entre partículas vizinhas)
-
time-step tal que o momentum angular
varia menos que 0.02% e energia total varia menos que 0.1%
-
Galáxias seguem modelo de Kuijken
& Dubinski (1995):
-
Modelo A pela curva de rotação
da galáxia A ==> M = 3 X 1011
Msol ; halo:disco = 1.4:1
-
Gás mais estendido que estrelas:
1.7
-
Modelo C igual ao A, mas sem gás.
-
total de 12000 partículas
-
Órbita parabólica:
-
Distancia de pericentro q=12
kpc
-
Pericentro em (-3,-10,10)
-
Spin da órbita em (10,3,6)
Animação do encontro A x C

Situação que mais se assemelha à
das galáxias A e C de NGC 6845
-
Da simulação acima vemos que:
-
A condensação a NO da galáxia C é
bem reproduzida
-
Extensão para SE também presente
-
Estrutura de maré similar à ponte, mas com
curvatura muito diferente
-
Condensação que lembra as regiões HII
#4 e 5, mas nada tão massivo quanto a galáxia B ==> Neste
cenário a galáxia B teria que aparecer em projeção
-
10% do gás de A é capturado por C ==> mas nao
se observou gás na galáxia C
-
Estrelas arrancadas de A formam estrutura no centro de C,
perpendicular ao seu disco, que não é observada.
Simulação A x
B:
-
TREESPH: mesmos parâmetros da
anterior
-
Galáxias seguem modelo de Kuijken
& Dubinski (1995):
-
Modelo A idêntico ao da simulação
anterior
-
Modelo B: massa puntual com 1/4 da
massa de A
-
total de 6000 (A) + 1 (B) partículas
-
Órbita hiperbólica:
-
excentricidade e
= 2
-
Distância de pericentro q
= 8 kpc
-
Pericentro em (20,-8,10)
-
Spin da órbita em (8,20,0)
Relação entre planos
do céu (azul), do disco (branco) e da órbita (vermelho) para
o encontro encontro A x B
Animação do encontro A x B
Estrelas
Gás

Estrelas
Gás
-
Da simulação acima vemos que:
-
Velocidade radial da galáxia B: 300
km/s com respeito a A
-
Ponte de maré "mais reta", bem
melhor reproduzida
-
Várias condensações
de gás ao longo da ponte e gás ao redor de B
-
Cauda de maré difusa, mas com
curvatura um pouco diferente da observada
-
Curva de rotação de A
se modifica de forma condizente com as observações:

Conclusão
-
Considerando-se os pros e contras de
cada modelo apresentado, a colisão A x B é a que reproduz
melhor o sistema.
-
Talvez a realidade seja de um encontro
de 3 galáxias
-
Uma análise observacional ampla
do sistema foi apresentada
-
Primeiro mapeamento de HI do sistema
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